O sol e o mar são, sem dúvida, uma boa razão para visitar o Algarve. Mas aqui há muito mais que um Algarve Litoral de praias e areias douradas.
Com estes roteiros encontramos seis boas razões para partir à descoberta do Algarve Rural. São 6 percursos que correm o outro Algarve, de lés a lés.
Créditos: Região de Turismo do Algarve
Percorremos as Rotas do Infante D. Henrique entre arribas, falésias, dunas, areais sem fim e um imenso mar. É "o fim do mundo" no coração do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Talvez se observe alguma águia, ou lince, lontra ou outros mais.
Menires enigmáticos, fortes a lembrar corsários e piratas, castelos de reis e princesas. Miradouros com o Atlântico ao longe num horizonte sem fim. E o vento por companhia. Descemos a praias rebeldes, enseadas tranquilas, porto de pesca tradicionais, ribeiras e mais ribeiras. Em todos os lugares o sabor a mar. Perceves, cataplanas, muito peixe e marisco. E o gosto da terra. Batata-doce, feijão, grão. Por entre pinhais e matagais, subimos por encostas de casinhas brancas, entramos em pequenas igrejas e museus locais. Encantam-nos as gentes e os seus testemunhos.
Um percurso por entre rosmaninhos, tomilhos, estevas, alfarrobeiras e sobreiros, convivendo com a hospitalidade das gentes, á volta do pão de alfarroba ou rolão, do medronho e do chouriço. Admiramos as artes e ofícios locais, testemunhos de um saber antigo. Cestos e tapetes de palmeira-anã, cintos e malas em couro, peças em cobre, ferro, latão ou barro, com trapos, linho ou algodão. Vamos á descoberta de castelos e muralhas, desde os celtas aos árabes, fontes de águas cristalinas que antes moveram moinhos e azenhas, igrejas de inspiração árabe ou da renascença e período barroco.
Subimos a miradouros no cimo de grandes rochas e mergulhamos nas águas de barragens e ribeiras. Admiramos as belas paisagens e observamos a fauna e a flora locais. Paramos a olhar na beleza singela do salgueiro e do freixo.
Neste percurso pela Serra de Monchique, a “Sintra do Algarve”, os cenários são de água e vegetação luxuriante. Fontes e ribeiras descobrem-se a cada recanto, num jogo de sombra e luz por entre pinheiros, medronheiros e castanheiros. Redescobrimos as termas e descansamos junto a árvores seculares. Sabe bem um piquenique em família, abrigados num verde florido, escutando os sons da água que se misturam com o canto das aves. Deliciamo-nos com os sabores da serra e da terra: enchidos, mel e medronho.
Vamos por picos e montes que nos conduzem a vales acolhedores e de uma exuberante beleza florística: Camélias e Acácias ou a Rosa-albardeira. Com os seus 902 m, impõe-se a Fóia, um impressionante miradouro natural com vista para o Algarve e Alentejo num horizonte de mar e serra.
Ao entrarmos na Serra do Caldeirão, entramos também no “outro” Algarve, o das gentes genuínas, das artes tradicionais, da excelente gastronomia. A paisagem muda a sua cor à medida que prosseguimos o passeio. O verde das florestas de eucalipto, sobreiro e pinheiro dá lugar aos campos cultivados de trigo e cevada. Por entre os montes ouvem-se ribeiras correndo. Aqui e ali contactamos com as gentes nos labores diários: um tirador de cortiça, um pastor, um moleiro, uma mulher a trabalhar no tear, nas hortas.
Percorremos as ruas estreitas em pedra, admiramos as chaminés, os fornos, os telhados inclinados, os muros caiados, os pátios e os poiais. Entramos nos museus e vivemos as histórias de antigamente. Redescobrimos as artes e técnicas que ainda perduram no artesanato local. Um passeio a pé conduz-nos à tranquilidade e o ar puro transporta o aroma da esteva, do rosmaninho e do mato. Para satisfazermos todos os nossos sentidos, só falta provar o queijo, o vinho, a aguardente, os enchidos, o pão e as filhós.
Este percurso leva-nos pelo interior do Algarve, do Algarve mais nordeste.
Dá-nos a descobrir uma natureza genuína e pura, expressa na paisagem, nos costumes e nas suas gentes. Sob o signo da água descobrimos engenhos, entramos num mundo de grandes e pequenas barragens e muitas e grandiosas ribeiras. E em cada recanto deliciosas formas de estar, na quietude e no silêncio em que a azinheira acompanha o recente pinheiro e o resto são matos. Os modos de ser do mundo rural podem ser recordados em diversos Núcleos Museológicos, mas é ao vivo que percorremos as ruas de terra batida, provamos o pão e os enchidos, descansamos num poial e trocamos dois dedos de conversa. E se apreciamos os testemunhos dum rico património arqueo-metalúrgico e natural, este é o roteiro certo.
Sob o signo do grande rio do Sul vamos de Castro Marim até Afonso Vicente. Lado a lado com o Rio Guadiana, deambulamos por entre salinas, sapais, montes e vales, barragens, ribeiras e ancoradouros. Numa paisagem em que o rio assoma a cada curva, a flora e a fauna reafirmam que se está bem por ali.
São as praias fluviais, as artes da pesca, os ensopados de enguias, a apetitosa lampreia. O rio está por perto e sempre amigo. São sinais de labuta simples, a cestaria em cana, as rendas de bilros, as miniaturas em madeira. Seguimos ao encontro de vestígios milenares de ocupação humana, desde o Neolítico à época fenícia, romana ou árabe. Castelos, muralhas, torreões circulares e torres quadrangulares. E o prazer da descoberta da arquitetura rural à entrada de cada povoação... os fornos comunitários, arramadas e palheiros.